André Dread, conheceu as artes através de sua avó, que era bilheteira de um cinema no Rio de Janeiro, onde despertou seu amor pela sétima arte. Mesmo assim, adepto às artes marciais, onde quase se profissionalizou como lutador, ele ainda não tinha a arte como primeira opção de carreira. Seu maior incentivo veio de duas pessoas importantes em sua vida: seu primeiro professor de teatro, o diretor Cico Caseira, falecido em 2017, na Escola SATED, no Retiro dos Artistas. E do amigo Jefechander Suplino, também já falecido. “A arte foi uma forma de me conectar com esse amigo querido”, afirma André.

Mas, logo que trocou os ringues pelos palcos, André decidiu se especializar. Fez cursos como a Oficina de Interpretação de Camila Amado, O Corpo Fala, de Lázaro Ramos e o Teatro Ninja, na escola SATED, do Retiro dos Artistas, pelas mãos de Cico Casera. O diretor foi quem o levou para algumas de suas montagens, como “Dostoievski” e “O Burguês Fidalgo”. Ele também atuou em “A Vida Como Ela É”, dirigido por Renan Monteiro e uma das montagens de “Pluft, o Fantasminha”, também dirigido por Renan Monteiro.

Para o ator, a arte também é uma forma de resistência e luta social. Ativista, ele deu aulas em um projeto de teatro da CUFA – Central Única das Favelas, na Cidade de Deus, e é diretor de produção do Instituto Arteiros, fundado pelo cineasta Rodrigo Felha e o ator Ricardo Fernandes, localizado também na Cidade de Deus, com ações voltadas para crianças, adolescentes e adultos.

Do projeto social da Cidade de Deus, o caminho foi o Grupo Nós do Morro, outro projeto que formou grandes atores, no Morro do Vidigal, sob a batuta do diretor Guti Fraga. Nesta época, seu trabalho no teatro o levou à publicidade. E a chegada ao Nós do Morro o levou à sua estreia no cinema, em “5 x Favela”, de Cacá Diegues. O filme chegou ao Festival de Cannes, na França. Ainda fora do Brasil, André também foi indicado ao prêmio de melhor ator coadjuvante com outro filme, “Por este amor”, no festival de Cinema Câmera Mundo, na Holanda.

A partir daí, o caminho natural foi a TV, onde ele estreou em “A Regra do Jogo”. Depois, participou de Gênesis na Record TV, e do importante documentário “Cadê o Amarildo, na TV Globo. Nas plataformas de streaming, participou da série “Cidade de Deus”, na MAX. Mesmo com o trabalho de interpretação, ele não deixou suas origens. Atua como diretor de produção do Instituto Arteiros, na Cidade de Deus, que realiza ações para crianças, adolescentes e adultos.